Quando fomos calouros, esperamos ansiosamente pelo famoso e
tradicional trote de tinta. Consideramos essa forma de “recepção” um rito
importante, que todo o calouro deveria passar, desde que voluntariamente e de
forma que não ocorram abusos. O nosso trote foi ótimo, mas conversando depois
com pessoas da turma, percebemos que ainda tinha ficado um vazio e depois vimos
que esse buraco se referia a uma ação de fundo social.
Quando idealizamos fazer esse trote solidário não tínhamos
muita idéia do que iríamos fazer, pois não tínhamos uma experiência anterior
para nos basearmos, mas mesmo assim algumas pessoas compraram a nossa idéia e
resolvemos continuar. Apesar de não saber o que fazer, tínhamos certeza que
deveríamos envolver uma escola...
Missão 1: Achar uma escola que achássemos interessantes
envolver nas ações do trote solidário;
Pela internet localizamos o blog do Marião, e que chamou a atenção
pela atuação da escola junto aos alunos e resolvemos conhecer a escola.
Chegando lá a diretora Fátima nos recebeu de uma forma tão carinhosa e se
mostrou tão apaixonada pelo seu trabalho que algumas pessoas se sensibilizaram
de imediato. Conhecemos também o trabalho do professor Ronald, que viu no
graffite uma oportunidade de, como ele mesmo diz, trabalhar o caráter das
crianças. Saímos da escola com a certeza que iríamos fazer naquela escola o
nosso trote solidário.
Missão 2: Levantar fundos para pagar os gastos que teríamos;
Visto a imagem dos estudantes que normalmente é veiculada
nos meios de comunicação, achamos que seria extremamente difícil convencer
algumas empresas confiar e dar dinheiro a um grupo de estudantes da
universidade que tinham na cabeça a realização de um trote solidário.
Desejávamos revitalizar muro e quadra poliesportiva, além de dar uma lembrança a
todos que participassem do trote, coisas que exigiriam um investimento razoável.
Apesar disso rapidamente 4 empresas adotaram a idéia e nos garantiram um valor
que seria suficiente para pagar tudo isso. O trote estava, aos poucos, virando
realidade.
Missão 3: Garantir que tudo daria certo;
Creio que isso tenha sido o mais difícil e o fato que tenha
gerado mais estresse. Conseguimos fazer a encomenda das camisetas apenas no
prazo limite e corríamos o risco de não chegar a tempo. Pra piorar, a chuva que
estava caindo somente no fim da tarde começava a cair durante o dia também, e
contra a chuva não tínhamos nada o que fazer. Apesar do nosso desejo em manter
a data, chegamos a cogitar a possibilidade de remarcar o trote para uma data na
qual não teríamos chuva mas uma ligação mudou tudo, era a Rede Globo informando
que havíamos sido aprovados na pauta de reportagens deles e eles queriam a confirmação
de que, mesmo com chuva, haveria o trote. Percebemos que o evento tinha tomado
uma proporção tão grande que não poderíamos voltar atrás.
Como
era o primeiro trote deste tipo que estávamos planejando, no início vislumbramos
que seria uma boa forma de integrar melhor ainda calouros e veteranos, aproveitando
a situação para beneficiar uma parcela da população normalmente abandonada ou
esquecida, o estudante da escola pública. Mas depois do dia 17, dia em que
ocorreu o nosso trote, percebemos pela importância que a população e mídia
deram para o evento, que este tipo de evento deve ser intensamente incentivado.
Temos agora a obrigação não apenas de continuar, mas ampliar as possibilidades
de ações. Se apenas uma parcela dos acadêmicos da medicina conseguiu fazer uma ação deste tamanho e chamar
tanta atenção, imagina se um dia conseguíssemos promover um trote que
envolvesse todos os cursos e, consequentemente, os mais de 6 mil calouros que
entram na UFMG por ano.
Nós
criamos uma expectativa de como seria, e para nós, superou muito tudo que
imaginamos para esse dia. Foi muito legal ver os “futuros médicos” brincando com
as crianças até cansar! E cansar mesmo, algumas pessoas já vieram falar que estão
com o corpo dolorido, mas estão extremamente realizados. Ver a quadra depois da
pintura também foi muito gratificante. E todo o carinho que a gente recebeu das
crianças, nunca passei por nada igual até o momento.
Antes e depois
Mais uma vez falamos e reafirmamos,
temos muito orgulho dessa casa onde estudamos, temos orgulho de falar que somos
alunos da Faculdade de Medicina da UFMG. Sintam o mesmo orgulho que nós,
abracem a faculdade pois é ela que vai te formar intelectualmente, e vai te
direcionar moralmente e eticamente. A UFMG é uma instituição de extrema competência
e reconhecimento, mas ainda pode melhorar muito, e isso depende principalmente
dos alunos. Vocês deram o primeiro passo ontem, e espero que continuem assim!
Nós que organizamos, agora é hora
de colocar a matéria da faculdade em dia, pois durante as duas primeiras
semanas de aula negligenciamos um pouco os estudos. Mas temos plena certeza que
valeu a pena.
Esse post fica como uma despedida
temporária pois temos que estudar muito, afinal, seremos médicos. Mas espero,
em um futuro próximo reativar para começar a divulgar o nosso próximo trote
solidário!
Colocarei algumas fotos abaixo...
Abraços a todos
Ola pessoal, eu sou a monitora de esporte na E. M. Maria das Neves e tbm faço as postagens no blog da escola. Bom, n pude estar presente no trote por ter aulas aos sab na faculdade, mas quero parabenizar a todos os participantes, foi incrível o que vcs fizeram com a escola e com os nossos alunos. Muito obrigado mesmo. Bom, hj eu fiz a postagem sobre o trote, espero que gostem e quando puderem façam-nos uma visita. Abraço a todos!!!
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